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Argumentaire
Les multiples relations entre la performance, la race et l’ethnie sont explorées de différentes manières dans plusieurs poétiques de la scène contemporaine et, aussi, dans les pratiques de formation d’artistes et d’enseignants. En particulier, une question a été mise en évidence ces dernières années : celle de la discrimination positive, qui cherche à accorder de la visibilité aux différences par la garantie de droits, pour éliminer des obstacles, formels et informels, qui empêchent l’accès de certains groupes au marché du travail, aux biens culturels, aux universités, aux postes de direction, enfin, l’accès minimum à un capital social et, surtout, politique longtemps inaccessible à ces groupes. Il s’agit de la mise en place d’une logique qui se trouve dans l’espace, certes tendu, entre la garantie – y compris juridique – de l’égalité et la reconnaissance de la différence.
Ainsi, les termes « race » et « ethnie » sont d’importants marqueurs autant pour la production poétique que pour les esthétiques contemporaines et pour les politiques culturelles. En effet, ils peuvent devenir un espace de polyphonie dans le cadre de la performance et servir de dispositifs de création, de critique, de diagnostic social, ainsi que de générateurs de questionnement lors des débats antiracistes, de référence aux actes politiques, parmi beaucoup d’autres possibilités. Prendre cette place peut également être une possibilité de surmonter des pratiques qui contribuent à la fétichisation ou même à l’éloge naïf de l’exotisme, générés souvent par ces marqueurs.
La question même du vocabulaire, l’utilisation des termes « race » et « ethnie », implique déjà une discussion de fond qui – emmêlée aux questions de la performance ou de l’environnement de la performance – dessine un champ à la fois conflictuel et productif. D’une part, en particulier au Brésil, l’utilisation du terme « race » contient des marques de distinction historiques et décisives ; dans son rapport autant problématique que constitutif avec la « couleur », il est urgent de les considérer moins comme de simples noms mais plutôt comme des termes engagés mutuellement. D’autre part, « ethnie » concentre également des limites et leur extension (ethnicité, identité ethnique), crée des espaces dans lesquels la pluralité, la condition situationnelle, ainsi que la flexibilité deviennent des éléments fondamentaux pour considérer autant les dynamiques que les complexes relations d’organisation et fonctionnement des groupes et, en effet, le dépassement d’un modèle isolé, restreint et fermé de ces groupes. En bref, considérer les particularités qui portent ces termes semble être inséparable de la puissance même que présupposent l’étude et le débat au sujet des performances ethno-raciales.
Pour promouvoir le questionnement au sujet des relations entre la performance, la race et l’ethnie, la Revista Brasileira de Estudos da Presença souhaite fournir une occasion d’explorer cette question sous différents angles. Les auteurs peuvent développer des essais théoriques, des articles issus de recherches empiriques et/ou historiques au sujet des relations entre la performance, la race et l’ethnie, en rapport à un ou plusieurs des thèmes suivants :
- Performance et performativité de la discrimination positive
- Corps et esthétiques de source afro-brésilienne, afro-européenne et
afro-américaine
- Corps et esthétiques de source indigène
- Race et ethnie comme moteur de l’art de la performance
- Race et ethnie comme intervention performative
- Critique aux ethnocentrismes et aux logocentrismes dans la recherche en performance
- Théâtres noirs
- Danses d'origine africaine
- Pratiques performatives des peuples indigènes
- Performance et négritude
- Race et ethnie à l’école et dans la formation artistique
- Subjectivités, identités et performances ethno-raciales
- Race et ethnie dans la scène contemporaine
- Performance et critique des inégalités de race et ethnie
- La performance contre le racisme
- La performance contre la discrimination raciale
- Processus historiques de blanchissement (blanchiment) dans le théâtre et la danse
- Droits de l’homme, race et ethnie comme performance
- Performance, pauvreté et racisme
- Performativité des relations ethno-raciales
Modalités de soumission et de sélection
Ainsi, la Revista Brasileira de Estudos da Presença s’attend à recevoir des travaux issus de recherches en lien conceptuel avec le domaine de la performance, du théâtre, de la danse et autres langages similaires, portant une attention particulière aux articles qui se servent d’images et vidéos dans le développement de leur réflexion. Les textes proposés doivent être rédigés selon les normes de la revue et soumis directement sur le système de soumission en ligne, pour suivre le processus général d’évaluation de la revue. Afin de soumettre un article pour cet appel, il est indispensable de sélectionner la section correspondante (Performance et Relations Ethno-raciales).
La revue ne demande aucune taxe pour la soumission ou la publication d’articles et utilise le système d’évaluation à l’aveugle par les pairs.
Les textes peuvent être envoyés en portugais, espagnol, anglais ou français, en vue d’une publication bilingue.
Les auteurs des textes en portugais ou espagnol (ainsi que tous les auteurs lusophones) seront tenus d’en envoyer des versions en anglais.
La soumission des articles se fait en ligne : www.seer.ufrgs.br/presenca
avant le 31 juillet.
Les normes de la revue peuvent être consultées dans l’onglet « Consignes aux auteurs »
Chamada de artigos
As relações entre a performance, raça e etnia são múltiplas e têm sido exploradas de diferentes formas em muitas das poéticas contemporâneas da cena e, também, nas práticas de formação de artistas e professores. Uma questão, em especial, tem destaque nos últimos anos: aquela das ações afirmativas, que procuram dar visibilidade às diferenças por intermédio da garantia de direitos, visando, sobretudo, remover barreiras, formais e informais as quais impedem o acesso de certos grupos ao mercado de trabalho, a bens culturais, às universidades, às posições de liderança, enfim, ao acesso mínimo a um capital social e, notadamente, político por muito tempo inacessível a tais grupos. Trata-se do estabelecimento de uma lógica que se situa no espaço, por certo tenso, entre a garantia – inclusive jurídica – da igualdade e o reconhecimento da diferença.
Assim, os termos “raça” e “etnia” são marcadores importantes para a produção poética, para as estéticas contemporâneas e para as políticas culturais. Com efeito, elas podem assumir um lugar polifônico no âmbito da performance e funcionarem como dispositivos de criação, como crítica, como diagnóstico social, como problematizadores nas discussões antirracistas, como referência para atos políticos, entre tantas outras possibilidades. Assumir esse lugar pode, ainda, configurar-se como possibilidade de ultrapassar práticas que incidem na fetichização ou mesmo no elogio ingênuo do exótico que, muitas vezes, tais marcadores dão lugar.
A própria questão do vocabulário, o uso dos termos “raça” e “etnia” já implica uma discussão de fundo que – emaranhada às questões da performance ou no ambiente da performance – desenha um campo conflituoso ao mesmo tempo que produtivo. Por um lado, especialmente no Brasil, o uso do termo “raça” guarda marcas históricas decisivas de distinção; na relação tão problemática quanto constituinte com a “cor”, torna-se urgente pensar, ambas, menos como meros substantivos e mais como termos mutuamente implicados. De outro, “etnia” também concentra limites e seu alargamento (etnicidade, identidade étnica) cria espaços nos quais pluralidade, condição situacional, bem como flexibilização fazem-se elementos fundamentais para dar conta das dinâmicas e das complexas relações de organização e funcionamento dos grupos e, com efeito, da superação de um modelo isolado, restrito e fechado dos mesmos. Em suma, dar conta das particularidades que tais termos carregam parece ser inseparável da própria potência que o estudo e o debate sobre as performances étnico-raciais assumem como pressuposto.
Para fomentar a problematização sobre as relações entre performance, raça e etnia, a Revista Brasileira de Estudos da Presença almeja oferecer uma oportunidade para explorar esse tema em diferentes perspectivas. Os autores podem elaborar ensaios teóricos, artigos provenientes de pesquisas empíricas e/ou históricas sobre as relações entre performance, raça e etnia em relação a um ou mais dos seguintes tópicos:
- Performance e performatividade das ações afirmativas
- Corpo e matrizes estéticas afro-brasileiras, afro-europeias e afro-americanas
- Corpo e matrizes estéticas indígenas
- Raça e etnia como mote da performance art
- Raça e etnia como intervenção performática
- Crítica aos etnocentrismos e logocentrismos na pesquisa em performance
- Teatro negro
- Dança negra
- Práticas performativas dos povos indígenas
- Performance e negritude
- Raça e etnia na escola e na formação artística
- Subjetividades, identidades e performances étnico-raciais
- Raça e etnia na cena contemporânea
- Crítica da performance das desigualdades de raça e etnia
- A performance contra o racismo
- A performance contra a discriminação racial
- Processos históricos de embranquecimento (branqueamento) no teatro e na dança
- Direitos humanos, raça e etnia como performance
- Performance, pobreza e racismo
- Performatividade das relações étnico-raciais
Submissão de propostas
Assim, a Revista Brasileira de Estudos da Presença espera receber trabalhos resultantes de pesquisas vinculadas conceitualmente ao campo da performance, do teatro, da dança e outras linguagens similares, prestando especial atenção àqueles que utilizam imagens e vídeos para desenvolver suas reflexões.
As submissões devem estar de acordo com os padrões do periódico e devem ser postadas diretamente no sistema de submissão para seguir o processo geral de avaliação do periódico. Para submeter um artigo a esta chamada, é fundamental selecionar a seção correspondente (Performance e Relações Étnico-raciais).
Lembramos que o periódico não cobra taxas de submissão, nem de publicação e utiliza o sistema duplo-cego de revisão por pares.
O texto pode ser enviado em português, espanhol, inglês ou francês e será publicado em duas línguas. Será solicitado aos autores que enviarem textos em português ou espanhol (e àqueles lusófonos) que enviem uma tradução em inglês.
Maiores informações podem ser encontradas em nosso website, www.seer.ufrgs.br/presenca; nossas diretrizes podem ser visualizadas em “Diretrizes para Autores”.
A Revista Brasileira de Estudos da Presença [Brazilian Journal on Presence Studies], periódico eletrônico de acesso livre e revisão por pares, sem taxas de submissão ou publicação, receberá
até 31 de julho de 2016
artigos inéditos.
Argument
The Brazilian Journal on Presence Studies (Revista Brasileira de Estudos da Presença), an open access, peer-reviewed, online journal which does not charge any submission or publication fees, will receive until July 31, 2016 unpublished papers falling within the broad theme of the general topic PERFORMANCE AND ETHNIC-RACIAL RELATIONS.
The relations between performance, race and ethnicity are multiple and have been explored in different ways in several of the contemporary poetics of the scene, as well as in education practices of artists and teachers. Particularly one aspect has been highlighted in recent years: the affirmative actions, which aim to make visible the differences by securing rights intending, above all, to eliminate formal and informal barriers that hamper the access of certain groups to the work market, to cultural assets, to the universities, to leadership positions and ultimately to the basic access to social and remarkably political capital, which has been inaccessible to such groups for a long time. This is related to the establishment of a logic that is situated in the somewhat tense space between the warranty - including legal - of equality and the acknowledgement of difference.
In this way, the words “race” and “ethnicity” are major markers for poetic production, contemporary aesthetics and cultural policies. In fact, they can take on a polyphonic place within the performance scope and function as devices of creation, as critique, as social diagnosis, as problematizing in anti-racist discussions, as a reference for political acts, among so many different possibilities. Taking this on, can also be a possibility to overcome practices imposed on the fetishization or even on the naive compliment to the exotic to which, quite often, such markers make way.
The vocabulary itself, the use of the words “race” and “ethnicity” implies a fundamental discussion that – woven into the questions of performance or in its environment – designs a field that is simultaneously conflicted and productive. On the one hand, especially in Brazil, the use of the term “race” keeps historical decisive marks of distinction; in the relation as problematic as constituent with “color”, it becomes urgent to think both less as mere nouns and more as mutually implicated terms. On the other hand, “ethnicity” also intensifies limits and its widening (ethnic identity) creates spaces where pluralities, situational conditions, as well as flexibilization are essential elements to cope with the dynamics and complex relations of organization and functioning of the groups and, indeed, the overcoming of an isolated, restrict and closed model. In summary, to cope with the particularities carried by such terms seems inseparable from the potency itself that the study and the debate on ethnic-racial performances take as assumptions.
In order to foster the problematization of the relations between performance, race and ethnicity, the Brazilian Journal on Presence Studies aims to provide an opportunity to explore this theme under different perspectives. The authors can produce theoretical essays, papers derived from empirical and/or historical research about the relations between performance, race and ethnicity in relation to one or more of the following topics:
- Performance and affirmative actions performativity
- Body and African-Brazilian and/or African-American and/or African-European aesthetic origins
- Body and indigenous aesthetic origins
- Race and ethnicity as a theme of performance art
- Race and ethnicity as performative intervention
- Critique to ethnocentrisms and logocentrisms in the performance research
- African-Brazilian and/or African-American theatre
- African-Brazilian and/or African-American dance
- Performative practices of indigenous people
- Performance and blackness
- Race and ethnicity in school and in artistic education
- Ethnic-racial subjectivities, identities and performances
- Race and ethnicity in the contemporary scene
- Critique of the performance of race and ethnicity inequalities
- Performance against racism
- Performance against racial discrimination
- Historical processes of racial whitening in theatre and dance
- Human rights, race and ethnicity as performance
- Performance, poverty and racism
- Performativity of the ethnic-racial relations
Submission guidelines
The Brazilian Journal on Presence Studies expects to receive production resulting from research conceptually linked to the fields of performance, theatre, dance and other similar languages, paying special attention to those using images and videos to develop their reflections. Submissions should conform to the journal's standards and be posted directly into our submission system to follow the general evaluation process of the journal. In order to submit a paper for this call, it is essential to select the proper section (Performance and Ethnic-racial Relations).
We remind you that the journal does not charge for the submission or the publication and uses the double-blind peer-review system.
The text can be sent online in Portuguese, Spanish, English or French
until July 31, 2016
and will be published in two languages. Authors who send texts in Portuguese and Spanish (and those who are Portuguese speaking) will be asked to send a translation in English.
Additional information can be found in our website, www.seer.ufrgs.br/presenca; our guidelines can be found in “Author Guidelines”.
