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Os fins da arte

13th International Congress of Aesthetics – Brazil

13º. Congresso Internacional de Estética – Brasil

13th International Congress of Aesthetics – Brazil

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Publicado mardi, 23 de mai de 2017

Resumo

O 13º. Congresso Internacional de Estética – Brasil, intitulado “Os fins da arte” visa pôr em relevo temas recorrentes na história da estética filosófica, elaborando a ambiguidade já constante no seu título, a saber: “fins” entendidos como finalidades, o que remete à milenar discussão sobre os usos que a arte teve, tem e terá, a qual remete à ainda importante questão acerca da autonomia da arte e do regime de sua heteronomia que não apenas se impôs nos seus primórdios, mas ainda se impõe na forma de exigências mercadológicas tendentes a desfigurar o ímpeto original de importantes manifestações estéticas.

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Apresentação

O 13º. Congresso Internacional de Estética – Brasil, intitulado “Os fins da arte” visa pôr em relevo temas recorrentes na história da estética filosófica, elaborando a ambiguidade já constante no seu título, a saber: “fins” entendidos como finalidades, o que remete à milenar discussão sobre os usos que a arte teve, tem e terá, a qual remete à ainda importante questão acerca da autonomia da arte e do regime de sua heteronomia que não apenas se impôs nos seus primórdios, mas ainda se impõe na forma de exigências mercadológicas tendentes a desfigurar o ímpeto original de importantes manifestações estéticas. Por outro lado, o enfoque sobre “os fins da arte” remete às inúmeras formulações da discussão sobre um possível término da arte, a partir da marcante página dos Cursos de estética de G.W.F. Hegel, segundo a qual “… nosso presente não é, segundo o seu estado geral, favorável à arte. Em  todas essas relações a arte é‚ e permanece, segundo o aspecto  de  sua mais alta determinação, algo passado para nós” (Vorlesungen über die Ästhetik, Suhrkamp Verlag, p. 25).

Nos que tange à discussão sobre possíveis propósitos de objetos estéticos, pode-se dizer que ela é tão antiga quanto a própria reflexão sobre a arte, reportando-se, por exemplo, a vários diálogos de Platão, sendo suas passagens mais conhecidas aquelas de A república, nas quais o filósofo externa as suas suspeitas sobre as artes imitativas, tendo em vista o seu poder potencialmente enganador, com os seus prejuízos na formação dos cidadãos do que seria uma pólis perfeita. Subjaz a esse ponto de vista a convicção sobre os efeitos educativos da arte nas pessoas, o que sinaliza uma de suas finalidades específicas, a saber, a música – arte das musas – ao lado da ginástica como principais métodos para a educação dos cidadãos. Ainda na filosofia clássica grega, na Poética de Aristóteles, reencontra-se uma concepção de propósito da arte na ênfase dada à catarse como propiciadora de purificação do ânimo, mediante a experiência do terror e da compaixão. Ainda no final da Antiguidade, Horácio, em sua Ars Poetica, declarava que os poetas querem ser úteis ou deleitar (“Aut prodesse volunt aut delectare poetae”), chamando a atenção para os possíveis usos da arte.

Na Idade Média, em que a cultura como um todo se encontrava submetida à fé cristã, as manifestações artísticas, de um modo geral, eram concebidas como meios ad majorem Dei gloriam, tendo portanto o propósito explícito de celebrar e mesmo aumentar a glória de Deus. Mesmo em períodos já avançados, como na época de São Tomás de Aquino, a verdadeira perfeição de uma obra de arte – sua perfectio prima – residia na adequação à sua finalidade, sendo que sua beleza formal era tida como secundária – era entendida como perfectio secunda.

Foi a partir do Renascimento, com a concepção de virtuosismo artístico, que, não apenas na prática dos criadores, mas na discussão dos teóricos, começa a surgir a ideia de que as belas artes podem não estar submetidas a propósitos imediatos, tendo suas obras um tipo de valor intrínseco, não subordinado a finalidades externas. Esse ponto de vista, cujo debate se estendeu pelos séculos subsequentes, certamente atingiu um cume filosófico com as concepções do “prazer desinteressado” no juízo de gosto e da “conformidade a fins sem fim” na Critica da faculdade do juízo, de Immanuel Kant e influenciou toda a estética posterior, ao longo dos séculos XIX e XX, com repercussões até esse nosso início do século XXI, corporificadas, como já se assinalou, nas discussões contemporâneas sobre a autonomia da arte.

Algo semelhante ocorre com o outro significado contido na expressão “os fins da arte”: o prognóstico hegeliano sobre um possível fim da arte repercutiu em toda a estética, desde o início do século XX até o presente, com manifestações mais ou menos explícitas em obras de Gyorg Lukács, Martin Heidegger, Walter Benjamin, Theodor Adorno, Herbert Marcuse, Gianni Vatimo e Arthur Danto, dentre outros.

Tendo em vista a trajetória dessas duas concepções de “fim” da arte, as quais até hoje preservam sua importância nos debates contemporâneos sobre a estética, o Congresso Internacional Os fins da arte pretende abordar alguns dos seus aspectos mais pertinentes, seja em cada uma delas separadamente ou nas suas diversas interrelações possíveis.

Vale lembrar que esse congresso se soma à série de eventos organizados, desde 1993, pela Linha de Pesquisa em Estética e Filosofia da Arte, do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFMG (a partir de 2009 realizados juntamente com o Mestrado em Estética e Filosofia da Arte da UFOP e com a Associação Brasileira de Estética – ABRE): “Morte da arte, hoje” (1993), “Belo, sublime e Kant” (1995), “As luzes da arte” (1997), “Katharsis” (1999), “Mímesis e expressão” (2001), “Theoria Aesthetica” (2003), “A dimensão estética” (2005), “Estéticas do deslocamento” (2007), “Deslocamentos na arte” (2009); “Imagem, imaginação, Fantasia. Vinte anos sem Vilém Flusser”, (2011) “Gosto, interpretação e crítica” (2013) e “O trágico, o sublime e a melancolia” (2015).

Sub-temas

O congresso consistirá em um conjunto de palestras realizadas por pesquisadores convidados durante a parte da manhã de cada um dos dias. As tardes ficarão reservadas à apresentação de comunicações e painéis inscritos por adesão, seguidos de debates, que versarão não apenas sobre o foco principal (os fins da arte) stricto sensu, mas também acerca dos seguintes sub-temas a ele relacionados:

  • Arte engajada
  • Estética e política
  • Cultura Popular
  • Estética e diversidades
  • Morte da arte
  • Ética e estética
  • Pós-história
  • Arte e psicanálise
  • Arte e realidade brasileira
  • O futuro da arte
  • Indústria cultural

Inscrições

Período de inscrição:

Para ouvintes:  01 de setembro a 17 de outubro;

Com apresentação de trabalho:

– pré-inscrição com envio de resumo para seleção: 01 de abril a 30 de maio;

– resultado dos trabalhos selecionados: 23 de junho;

– inscrição definitiva: 17 de junho a 30 de setembro.

Pré-inscrição para apresentação de trabalhos:

Formulário de inscrição para submissão de resumo clique aqui.

Valor das inscrições

Até 01/07/2017: R$200 para professores e R$120 para estudantes

De 02/07/2017 a 30/09/2017: R$250 para professores e R$160 para estudantes

  • Valor da inscrição para ouvintes: R$60,00
  • Pode-se fazer inscrição individual, ou conjunta, nos painéis, que constituem uma mini-mesa-redonda, com três apresentações que possuem uma clara afinidade temática; ao fazer a inscrição conjunta, deve-se enviar uma ficha de pré-inscrição de cada comunicação e uma do painel (que terá um texto próprio no caderno de resumos);
  • Limite dos textos das comunicações definitivas (tanto individual quanto de cada um dos painéis): 2.500 palavras;

Comissão científica e organizadora

Profa. Dra. Cíntia Vieira da Silva (UFOP)

Possui graduação em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (1996), mestrado em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (2000) e doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (2007). É professora adjunta no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Ouro Preto. É vice-presidenta da Associação Brasileira de Estética. Coordena o GT Deleuze, ligado à ANPOF. Edita, em colaboração com a Profª Kátia Maria Kasper, a Revista Alegrar. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Moderna e Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia da diferença; o corpo como questão filosófica; corporeidade, imagem e suas implicações estéticas, ético-políticas e epistemológicas; teoria espinosista dos afectos.

Profa. Dra. Debora Pazetto Ferreira (CEFET/MG)

Professora no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET/MG. Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (2007) e graduação em Artes Plásticas pela Universidade Estadual de Santa catarina – UDESC (2010). Possui mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (2010) e doutorado em filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, na linha de pesquisa de Estética e Filosofia da Arte. De novembro de 2012 a outubro de 2013, realizou o doutorado sanduíche na Universidade de Paris 1, Panthéon-Sorbonne, com bolsa do CNPq. É membro da diretoria da ABRE – Associação Brasileira de Estética, e pesquisadora do GEPTT – Grupo de Estudos e Pesquisa em Trabalho e Tecnologia Principais áreas de atuação: estética e filosofia da arte, filosofia da tecnologia, crítica de arte, artes visuais.

Profa. Dra. Giorgia Cecchinato (UFMG – coordenadora)

Giorgia Cecchinato (Padova, 1974) possui graduaçao em Filosofia pela Università degli studi di Padova (2001) e doutrorado (2009) em Filosofia pela Ludwig-Maximilians-Universität em Munique. Foi Pesquisadora e encarregada de ensino na Ludwig-Maximilians-Universität em Munique (2007-2008) e bolsista DAAD na Universidade Federal do Paraná. Foi pesquisadora na Università degli studi di Padova (2008-2009). Atualmente é professora adjunta de estética na UFMG Atua sobretudo na área de Filosofia Moderna, com destaque nos seguintes temas: Kant, Idealismo alemão, filosofia do século 18, em suas implicações estéticas e morais. É autora da monografia Das Problem einer Ästhetik bei Fichte, Würzburg, 2009; e de outros ensaios e artigos sobre questões e problemas do Idealismo alemão.

Prof. Dr. Marco Antônio Alves (CAPES/UFMG)

Doutor em Filosofia pela UFMG (2014), tendo a tese recebido o Prêmio UFMG de Teses e Menção Honrosa do Prêmio CAPES de Tese 2015. Mestre em Filosofia pela mesma instituição (2005). Graduado em Direito (Ênfase em Ciência e Filosofia do Direito) e em Filosofia, ambos também pela UFMG. Realizou entre agosto de 2010 e julho de 2011 um estágio de pesquisa doutoral em Paris, na EHESS (École des hautes études en sciences sociales), sob orientação do Prof. Roger Chartier. Atualmente é pesquisador de pós-doutorado (bolsista PNPD/CAPES) no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFMG. Tem experiência como professor de graduação e/ou pós-graduação em diversas instituições: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Faculdade de Direito Milton Campos, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e nas Faculdades Promove. Trabalha nas áreas de Filosofia Contemporânea, Filosofia Política e Teoria e Filosofia do Direito. Temas prediletos: Foucault, Autoria, Ciberespaço, Teorias da Argumentação (Perelman e Habermas) e Direito de Autor.

Profa. Dra. Rachel Costa (CAPES/UFOP)

É mestre e doutora pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG pela linha de Estética e Filosofia da Arte, com a dissertação Imagem e Linguagem na Pós-história de Vilém Flusser e a tese Três questões sobre a arte contemporânea. Fez doutorado sandwich na Université Paris I – Pantheon-Sorbonne em Paris. E pós-doutorado no Braude College of Engineering em Israel, em arte e tecnologia. Foi professora de Filosofia da Arte na Escola Guignard-UEMG e de teoria e história da arte na EBA-UFMG. Atualmente é bolsista de PNPD do Programa de pós-graduação em Estética e Filosofia da Arte da UFOP. Organizou livros e eventos, tem artigos publicados e trabalha como crítica e curadora independente.

Prof. Dr. Rodrigo Duarte (UFMG)

Rodrigo Duarte é doutor em Filosofia pela Universidade de Kassel e, desde 2006, Professor Titular do Departamento de Filosofia da UFMG. Foi presidente da Associação Brasileira de Estética (ABRE) de maio de 2006 a outubro de 2014. Publicou, além de numerosos artigos e contribuições em coletâneas, no Brasil e no exterior, dentre outros, os seguintes livros: Teoria crítica da indústria cultural (Editora UFMG, 2003), Dizer o que não se deixa dizer. Para uma filosofia da expressão (Argos, 2008), Deplatzierungen. Aufsätze zur Ästhetik und kritischen Theorie (Max Stein Verlag, 2009), Indústria Cultural: uma introdução (FGV, 2010), A arte(Martins Fontes, 2012). Pós-história de Vilém Flusser: gênese-anatomia-desdobramentos (Annablume, 2012) eVaria Aesthetica. Ensaios sobre arte & sociedade (Relicário Edições, 2014).

Prof. Dr. Verlaine Freitas (UFMG)

Possui graduação (1994), mestrado (1996) e doutorado (2001) em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais; fez estágio de Pós-doutorado na University of Windsor, Canadá (2011). Atualmente é professor associado da UFMG e pesquisador do CNPq. É autor do livro “Adorno e a arte contemporânea”, além de organizador de outras obras sobre estética. Traduziu textos de autores alemães e de língua inglesa. Trabalha principalmente os temas: estética, psicanálise e cultura de massa, abordando as obras de Immanuel Kant, Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud e Theodor Adorno. É autor do blog Refrações.

Profa. Dra. Virginia Figueiredo (UFMG)

Possui graduação em História (1978) e mestrado em Filosofia (1987) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; doutorado em Filosofia pela Université des Sciences Humaines de Strasbourg (1994); pós-doutorado no Boston College (2003) e na Université Marc Bloch de Strasbourg (2010). Professora titular do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais. Entre dezembro de 2003 e junho de 2008, foi editora da Revista Kriterion. Entre 1997 e 2009, foi pesquisadora do CNPq (1B). Trabalha principalmente na área de Estética, com ênfase nos seguintes temas: Arte e Ontologia, Poéticas no Idealismo Alemão e Estéticas Contemporâneas.

Locais

  • UFMG - Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha
    Belo Horizonte, Brasil (31270-901)

Datas

  • mardi, 30 de mai de 2017

Ficheiros anexos

Palavras-chave

  • Ends of art, philosophy of art, aesthetics

Contactos

  • Rachel Costa
    courriel : rachelcocosta [at] gmail [dot] com

Urls de referência

Fonte da informação

  • Rachel Costa
    courriel : rachelcocosta [at] gmail [dot] com

Para citar este anúncio

« Os fins da arte », Chamada de trabalhos, Calenda, Publicado mardi, 23 de mai de 2017, https://calenda-formation.labocleo.org/405048

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