Página inicialRefolução: antigos e novos paradigmas

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Refolução: antigos e novos paradigmas

Refolution: old and new paradigms

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Publicado mardi, 13 de juin de 2017

Resumo

Destacarmos a comemoração dos 500 anos da Reforma Protestante leva-nos a recordar a revolução cultural, intelectual e política que dela irrompeu. É indiscutível que a Reforma edifica um dos acontecimentos decisivos na história da Europa e do mundo, tendo influenciado profundamente a perceção teológica, histórica, mental e política da cultura ocidental em geral.

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Data: 12-13 Outubro 2017

Organização: Departamento de Línguas Estrangeiras, ESE-IPB

Local: Escola Superior de Educação Instituto Politécnico de Bragança

Apresentação

Destacarmos a comemoração dos 500 anos da Reforma Protestante leva-nos a recordar a revolução cultural, intelectual e política que dela irrompeu. É indiscutível que a Reforma edifica um dos acontecimentos decisivos na história da Europa e do mundo, tendo influenciado profundamente a perceção teológica, histórica, mental e política da cultura ocidental em geral.

O ideário da Reforma teve implicações não apenas religiosas, mas igualmente políticas, sociais, culturais e linguísticas, revestidas de um pendor revolucionário na medida em que a extensão das suas consequências foi vastíssima, patente, por exemplo, na criação da ideia de nação Protestante, nacionalista e, sobretudo, baseada no sistema erastiano (e.g. a Grã-Bretanha). Por outro lado, gerou uma bipolarização no mundo, devido à Contrarreforma, liderada por Espanha e Filipe II, de cariz católico e tradicionalista, embora a ideia inicial fosse também uma transformação da Igreja.

Considerado um dos precursores do Iluminismo e da democracia, Lutero criou os alicerces para o conceito de cidadão responsável. Não descobrindo a liberdade moderna, intensificou a dialética em que a liberdade é reconhecível como um processo ambíguo. Associado ao humanismo, transformou a visão do homem dando maior ênfase à liberdade e responsabilidade do indivíduo, criando uma base para a participação social e política e imputando ao estado a responsibilização na educação escolar. Deixou uma marca profunda na sociedade, dando impulsos importantes no âmbito do ensino, da música, das artes e da língua com a tradução da Bíblia, promovendo assim um fortalecimento do diálogo intercultural para a aproximação das Culturas.

Terá sido, como sublinha Timothy Garton Ash, criador deste neologismo (Herspring, 1994), uma Refolução, isto é, um processo de alteração política, social e económica que combina simultaneamente elementos da reforma, ou modificações estruturais, e elementos da revolução. Em vez de destruir totalmente os antigos sistemas, os novos sistemas políticos democráticos baseiam-se naqueles não só em termos de estrutura, como de pessoas. Este autor pretendia referir-se à Europa de Leste, nomeadamente Polónia, República Checa, Eslováquia e Hungria. Posteriormente, o neologismo passou a ser igualmente aplicado às primaveras árabes (cf. Keane, 2011). Esta amálgama acaba por ser “uma recusa radical da escolha entre revolução e reforma”, termos estes que se podem apresentar como particularmente sensíveis em determinadas culturas, devido à violência que ocorreu nas respetivas histórias nacionais e/ou locais. A palavra cunhada pretende afastar-se da violência inerente às revoluções, uma vez que as primaveras árabes, neste caso, se distinguiram pela recusa de os intervenientes enveredarem por reações violentas, típicas da lógica revolucionária. Outros aspetos distintivos residem na atenção colocada à civilidade, ou seja, no significado estratégico que a construção e defesa do espaço público implicam, manifesta, por exemplo, na integração de várias crenças religiosas no mesmo espaço, entre outros.

A Reforma Luterana, começando por representar um grito de protesto contra os abusos da Igreja católica, acabou por ter implicações revolucionárias em todas as áreas da vida humana que não apenas no campo religioso. Na senda da defesa contínua da liberdade humana e da proteção dos direitos fundamentais da humanidade, estes movimentos reformistas, com pendor revolucionário, têm a missão de renovar conceitos, ideias e valores que (refutam e) se impõem a paradigmas existentes. Desde 1517 a 2017, o mundo viu-se confrontando com alterações substanciais que moldaram o mundo, de Ocidente a Oriente. A sucessão de diferentes paradigmas ao longo dos tempos convocou em lugares e momentos distintos valores e ideias, cujo poder mobiliza culturas e gera conquistas ou fracassos.

Pretendemos, neste segundo Colóquio de Línguas Estrangeiras, descobrir as alterações que esta (ideia de) Refolução promove(u). Por conseguinte, propõem-se os seguintes temas e tópicos de interesse para discussão, além de outros igualmente pertinentes:

  • A construção de identidades nacionais: língua e poder
  • A construção e defesa do espaço público: o poder das línguas
  • A Contrarreforma católica: importância e significados
  • A máquina propagandística da Reforma: a imprensa escrita
  • A Reforma Luterana: importância e significados
  • As refoluções e a educação (ensino das línguas estrangeiras)
  • As refoluções, as contrarrefoluções e as línguas
  • Emergência e declínio das línguas francas ao longo da história (e.g. latim)
  • Expressões de repressão e do medo
  • Novas perceções literárias e culturais: reforma(s) e mudanças
  • Novos paradigmas do saber
  • O impacto das refoluções na tradução
  • Reforma e Contra-Reforma na época Tudor
  • Reforma: entre história, literatura, mitos e memórias
  • Refolução: exílios e diásporas

Prazos e outras informações

  • 15 de maio: início da receção de propostas de comunicações, painéis e mesas redondas– resumo com um máximo de 250 palavras
  • 15 de julho: prazo final para a receção de propostas

  • 31 de julho: notificação dos autores
  • 30 de setembro: entrega dos artigos para o processo de dupla revisão cega

A publicação dos trabalhos selecionados será realizada em formato de livro, online, com ISBN

Aceitam-se um máximo de 2 trabalhos por autor, seja individual, seja em conjunto

Informações através do email: cile@ipb.pt

Página web do evento: http://cile.ipb.pt/

Plataforma de submissão de resumos: http://conferencias.ese.ipb.pt/(clicar em ‘Call for papers’; no final da página encontra-se ‘Passo um do processo de submissão’; exige registo)

Inscrições

(inclui pausas para café):

  • Inscrição membros da APEF: 60€
  • Inscrição membros da APEF após 2 de setembro ou no próprio CILE: 80€
  • Inscrição “early bird” até 2 de setembro: 80€
  • Inscrição após 2 de setembro ou no próprio CILE: 100€
  • Inscrição dos alunos do IPB: 20€

Comissão Organizadora ESE-IPB

  • Departamento de Línguas Estrangeiras

Comissão Científica

  • Alexia Dotras Bravo, ESE, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal
  • Ana Isabel Moniz, Universidade da Madeira, Portugal
  • Ana Maria Alves, ESE, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal
  • Camino Guitiérrez Lanza, Faculdade de Filosofia e Letras, Universidade de Léon, Espanha
  • Carla Gomes, Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, Portugal
  • Carlos Pazos-Justo, ILCH, Universidade do Minho, Portugal
  • Cláudia Martins, ESE, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal
  • Diego Santos Sánchez, Universidade de Alcala, Espanha
  • Dominique Faria, Universidade dos Açores, Portugal
  • Dominique Guillemin, ESE, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal
  • Elisabete Silva, ESE, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal
  • Esther Torres-Simón, Universidade Rovira i Virgili, Espanha
  • Graça Bigotte Chorão, ISCAP, Instituto Politécnico do Porto, Portugal
  • Isabel Chumbo, ESE, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal
  • Manuel Moreira da Silva, ISCAP, Instituto Politécnico do Porto, Portugal
  • Margarida Coelho, ESTG, Instituto Politécnico de Portalegre, Portugal
  • Margarida Morgado, ESE, Instituto Politécnico de Castelo Branco, Portugal
  • María Carmen del Arau Ribeiro, Instituto Politécnico da Guarda, Portugal
  • Maria de Jesus Cabral, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Portugal
  • Mark Daubney, ESECS, Instituto Politécnico de Leiria, Portugal
  • Natasa Pavlovic, Universidade de Zagreb, Croácia
  • Zaida Vila Carneiro, Universidade de La Rioja, Espanha

Apoios: APEF E ReCLes.pt

Locais

  • School of Education, Polytechnic Institute of Bragança- Quinta de Santa Apolónia, Foreign Language Department
    Bragança, Portugal (5300-037)

Datas

  • samedi, 15 de juillet de 2017

Ficheiros anexos

Palavras-chave

  • Protestant Reformation, paradigm

Contactos

  • Claudia Martins
    courriel : cile [at] ipb [dot] pt

Fonte da informação

  • Ana Alves
    courriel : amalves [at] ipb [dot] pt

Para citar este anúncio

« Refolução: antigos e novos paradigmas », Chamada de trabalhos, Calenda, Publicado mardi, 13 de juin de 2017, https://calenda-formation.labocleo.org/407912

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