Página inicialHistória e polémicas: debates historiográficos e espaço público

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História e polémicas: debates historiográficos e espaço público

History and polemics: historiographical debates and the public space

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Publicado lundi, 19 de octobre de 2020

Resumo

Desde que a história se academizou que as polémicas foram momentos excepcionais de construção, condensação, dissensão e viragem historiográfica dentro desse saber especializado. As polémicas historiográficas em torno de temas específicos dividiram campos de produção do saber, expondo diferentes e contrastantes concepções, metodologias e práticas do conhecimento histórico. Simultaneamente, foram também momentos em que a descrição e a interpretação do passado se constituíram enquanto intervenções públicas no presente, em que a defesa de determinada interpretação histórica representou uma tomada de posição numa determinada disputa política contemporânea.  As polémicas historiográficas foram por isso momentos em que o saber histórico académico se defrontou no espaço de debate público com outros usos do passado, expondo e desafiando os paradigmas da disciplina mas também da história pública. 

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Apresentação

Desde que a história se academizou que as polémicas foram momentos excepcionais de construção, condensação, dissensão e viragem historiográfica dentro desse saber especializado. As polémicas historiográficas em torno de temas específicos dividiram campos de produção do saber, expondo diferentes e contrastantes concepções, metodologias e práticas do conhecimento histórico. Simultaneamente, foram também momentos em que a descrição e a interpretação do passado se constituíram enquanto intervenções públicas no presente, em que a defesa de determinada interpretação histórica representou uma tomada de posição numa determinada disputa política contemporânea.  Esta tendência tanto pode ser observada em polémicas epistemológicas, como a que tomou forma em torno do pós-modernismo e das diferentes viragens historiográficas a ele associadas (viragem cultural e viragem linguística), como em polémicas associadas a determinados acontecimentos históricos, como foi o caso da Historikerstreit ou do debate em torno das sobrevivências contemporâneas do passado colonial. As polémicas historiográficas foram por isso momentos em que o saber histórico académico se defrontou no espaço de debate público com outros usos do passado, expondo e desafiando os paradigmas da disciplina. 

Momentos excepcionais onde se debatem as concepções do passado e a relação da história-disciplina com o espaço público, interessa-nos discutir: 

  • História e espaço público: entre o saber academizado e o espaço público em uma perspectiva alargada (praças, ruas, esquinas, redes sociais, televisão, cinema, livros, etc);
  • História oficial: currículos e manuais escolares e construção das histórias nacionais; 
  • Grandes polémicas. Alguns exemplos, entre outros: Historikerstreit  (polémica sobre o Holocausto na Alemanha na década de 1980); polémica em torno da Revolução Francesa durante a comemoração do Bicentenário da revolução (1989); 
  • História nacional, memória oficial e comemoracionismo: consagração memorial e disputas sobre a memória oficial. Museus e outras formas de monumentalização da história;
  • História e justiça: a história verificada judicialmente e a judicialização da história; questões relacionadas com os debates de reparação histórica, como os debates sobre a escravização no Mundo Atlântico e as restituições de objetos aos seus países de origem;
  • Os conceitos das polémicas: feudalismo e senhorialismo; escravatura e servidão; fascismo, totalitarismo, autoritarismo; colonialismo e imperialismo;
  • Polémicas epistemológicas: pós-modernistas vs marxistas vs realistas e outros empiristas;
  • Historiografia e metodologias: polémicas sobre a biografia, a cliometria e outros métodos historiográficos;
  • Historiografia académica e memória pessoal: as virtudes epistémicas do testemunho;
  • A retórica das polémicas: sátira, insultos, paródias e outros recursos linguísticos;
  • Formas de argumentação: argumentos científicos, argumentos de autoridade, argumentos de utilidade e outras fontes de legitimação.
  • Os sujeitos das polémicas: a figura do historiador, do intelectual, do político, do especialista, etc. 
  • Modos de construção do tempo histórico e a forma como intervêm no espaço de discussão política

A revista Práticas da História. Journal on Theory, Historiography and Uses of the Past apela às propostas de investigadores/as de todos as disciplinas das humanidades que se enquadrem neste âmbito.

Submissão de propostas

As propostas para publicação devem ser submetidas até 31 de Dezembro de 2020.

Apenas os artigos e ensaios submetidos de acordo com as normas de submissão da revista serão considerados.

A revista Práticas de História aceita trabalhos académicos originais que sejam artigos (6000-10000 palavras), ensaios (3000-6000 palavras), recensões críticas (1500-2500 palavras), e entrevistas (1500-3000 palavras) no âmbito da teoria da história, da historiografia, da metodologia e dos usos do passado.

Todas as contribuições deverão ser enviadas para praticasdahistoria@gmail.com num único ficheiro Word (.docx). A formatação deverá ser em corpo 12, Times New Roman, a espaço e meio.

As anotações deverão estar em corpo 10, em notas de rodapé, no estilo Chicago (Notes and Bibliography – http://www.chicagomanualofstyle.org/tools_citationguide.html). Todos os quadros, figuras, mapas e outros anexos deverão ser colocados no final do texto, com a indicação de onde deverão ser inseridos (página, parágrafo). Todos os trabalhos deverão ser sempre acompanhados de uma bibliografia final das obras referenciadas no texto, que deverá ser colocada depois dos anexos e organizada alfabeticamente de acordo com as normas do estilo de referenciação atrás indicadas.

Para assegurar o anonimato na arbitragem científica, qualquer informação explícita referente ao autor (como contactos, dados institucionais ou outros) deve ser facultada numa página separada do artigo e não deve aparecer em qualquer lugar do texto. Para o mesmo efeito, as citações ou referências ao próprio trabalho publicado ou realizado anteriormente devem cingir-se ao mínimo.

Aceitamos a submissão de textos escritos em Português, Inglês, Espanhol ou Francês.

Todos os artigos deverão ser acompanhados de um resumo de 200 palavras em Português e Inglês, e de quatro palavras-chave. Num ficheiro anexo deverá também ser enviada uma pequena nota biográfica do autor onde deverão figurar afiliações profissionais académicas, áreas de especialização e contactos (50 palavras).

Os textos submetidos podem incluir imagens, as quais devem ser apresentadas numa resolução adequada à publicação e incluir legenda e referências. O autor é responsável pela obtenção de direitos de autor e por todas as autorizações relativas ao uso destes materiais.

A Práticas da História não cobra qualquer tipo de taxa aos autores (APCs), nem qualquer taxa de submissão dos artigos.

Selecção de conteúdos

Todos os artigos, ensaios, entrevistas e recensões críticas propostos para publicação são, em primeiro lugar, avaliados pelo conselho editorial da revista. Os critérios para essa pré-selecção são o seu enquadramento nos objectivos gerais da revista, em especial a relevância e/ ou originalidade nos quadros historiográfico e científico actuais. Os artigos e ensaios seleccionados serão posteriormente submetidos a arbitragem científica.  O conselho editorial reserva-se o direito de publicar textos que não passem pela submissão à arbitragem científica. Nesse caso, o artigo será devidamente assinalado.

Tanto artigos como ensaios serão submetidos a arbitragem científica (peer-review), em regime de duplo anonimato (double-blind). Os artigos serão avaliados por dois árbitros externos, enquanto os ensaios serão avaliados por um árbitro externo.

Conselho Editorial

  • O conselho editorial da Práticas da História é composto pelos seguintes membros:
  • Elisa Lopes da Silva, gestão editorial Instituto de História Contemporânea (IHC-NOVA FCSH) 
  • Inês Nascimento Rodrigues Centro de Estudos Sociais (CES-UC) 
  • Joaquim Gafeira Instituto de Estudos Medievais (IEM – NOVA FCSH) 
  • José Guedes Centro de História da Universidade de Lisboa (CHULisboa)
  • José Miguel Ferreira Instituto de Ciências Sociais (ICS-ULisboa) 
  • José Neves Instituto de História Contemporânea (IHC – NOVA FCSH) 
  • Margarida Rendeiro CHAM – Centro de Humanidades (CHAM – NOVA FCSH/UAç) e Universidade Lusíada 
  • Matheus Pereira instituto de Ciências Sociais (ICS-ULisboa)
  • Pedro Martins, director da revista Instituto de História Contemporânea (IHC – NOVA FCSH) 
  • Rui Lopes Instituto de História Contemporânea (IHC – NOVA FCSH) 
  • Sandra Ataíde Lobo CHAM – Centro de Humanidades (CHAM – NOVA FCSH/UAç)

Locais

  • Lisbon, Portugal (1069-061)

Datas

  • jeudi, 31 de décembre de 2020

Ficheiros anexos

Palavras-chave

  • Hhstoriography, public history, polemic, epistemology, official memory

Contactos

  • Elisa Lopes da Silva
    courriel : praticashistoria [at] gmail [dot] com

Fonte da informação

  • Elisa Lopes da Silva
    courriel : praticashistoria [at] gmail [dot] com

Para citar este anúncio

« História e polémicas: debates historiográficos e espaço público », Chamada de trabalhos, Calenda, Publicado lundi, 19 de octobre de 2020, https://calenda-formation.labocleo.org/809201

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